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quarta-feira, 30 de março de 2011

FATALIDADE


Tropeço ao tentar definir o que não vejo, as nuvens podem causar turbulência na alma inquieta que teima em acolher as escolhas. Só restam fracos ventos que mal conseguem subsistir a violenta razão do ser. Ser ou não ser? Como saber?

O que está lá


Só não sei o que esta lá - escondido pelas paredes.
Convença-me: este teto não é branco, e o que está lá fora não assusta.
Convença-me de que estou segura... 
De que as cores que enxergo não são essas, de que o medo é o que as torna gris.
De que é o que vem de dentro que dá a forma – deforma.
E de que nada é só matéria quando se olha.
Convença-me de que tudo acabará bem,
E de que tudo que é falso passa – passado.
Mas que o sonho vive – ainda calado.
Faça-me ver que não enxergo o grande que há – está.
Que não sei de muita coisa boa que existe,
Que as paredes não se movem quando alguém fecha a porta,
Que o menino não chora.
Se, por um pouquinho, convencer-me disto, por aqui não paro – insisto.

quinta-feira, 10 de março de 2011

Para Cecília


Frias sombras me cercam em vida.
O silêncio faz gritar a nudez dos fracos.
Tolas flores só colorem o gris da sala empoeirada de livros.
Que de lindos são só letras, palavras, mudas, passado!
Agora me toma o tom da sensatez,
Da crua e desafinada melodia de filha,
Que de linda é só lembrança, curta, sem manga!
Calo-me junto aos sábios. Fracos?
A voz que se faz ouvida suprime a terna voz daquela que se foi.
A obrigação mora vizinha, sozinha.
Porém guarda viva a alma que se decide pela coragem.
Sensibilidade é para os fracos frascos de perfume,
Que teimam em imitar as flores.