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quinta-feira, 22 de outubro de 2015

O Elevador dos Sonhos

Se preciso fosse, de sonhar pra sempre eu seria capaz
O elevador passou na hora de exata em que eu esperava submergir
Entrei sem pretenção, esperava apenas uma ajudinha pra chegar ...
Só que não parou pra mim um elevador fundido em engrenagens
Dessa vez quem parou foi o elevador do tempo
Quem nele entra sente o tempo parar em um compasso atemporal, quem deseja do elevador sair volta a estar exatamente no tempo real
Ali reencontrei a paixão e nela suavemente beijei, aquele beijo que arrepia tanto, que parece até mesmo um terremoto interior
Um beijo tão bom que parece que duas almas encontraram seus eixos
Tão bom que o corpo inteiro sentia fazer parte do beijo
Ali ninguém me conhecia, ali eu poderia me entregar a felicidade sem ninguém se opor
Sem ninguém perceber que ali tinha algo diferente de amor
Era quase estranho acreditar que fosse possível se esconder no tempo sem que o tempo fosse notado por olhares óbvios
Por que então deveria eu dar o sinal para descer?
A culpa não consegue se esconder do tempo, essa era a única reclamação que tinha a fazer
Daquele olhar que de tão puro brotava medo, eu não mais poderia padecer
Dei então o sinal inevitável que escolhe a pena, e retornei para o período do tempo que ninguém acreditada ter passado
O que não sabiam é que tanto passou que eu passei, passei a acreditar que o mundo sem tempo, sem culpa, só é possível se o sonho se sonha com alguém
Ainda sinto como se fosse real, preciso aproveitar esses breves instantes de ternura, antes que alguém me encontre e o tempo se perca na amargura, que embora pura, um dia vem

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