Total de visualizações de página

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Olha o Eu Aqui

Sentiria melhor se não ouvisse, ou quem sabe ouviria melhor se não sentisse.
Eu ouço o que penso e vejo o que falo. Sentiria melhor se não falasse.
Quem sabe chegou a vez do talvez: talvez não queira mais estar aqui. Talvez não possa escolher partir...
Psiu! Olhe! Estão partindo, compartindo, aqui.
Se fosse lá eu não saberia onde é, não saberia onde ir...
Onde quero chegar?
Ei! Escute! Estão chegando...
Eu sei. Não vejo. Penso mais quando não escuto, mas não param de falar...
Quem eu poderia chamar? Quero alguém pra ser eu! Eu só não bastaria.
Eu bastardo, posso barganhar o que faz sofrer. Pago caro pra eu não ser.
Você! Veja! Atenção nas pistas...
Eu calo. Eu morro.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Medos a mais


As nuvens fizeram o sol ser ignorado, pensei que ia chover.
O dia esteve bonito – cada segundo parecia durar dois.
Percorri o caminho mais longo pra ter o que fazer.
Preferia estar só. Sem ressentimentos.
Me acharam mais do que sou. Me senti querida.
Professei a rotina: cheguei a pensar que não deveria.
A noite em nada alterou a falta memória: melhor não pensar.
Não sentia o tempo, tampouco alguma variação notória.
É só um ano mais, ou a menos.
Recitei palavras de afeto. Chorei.

Choro. Penso no que ficou e no que já é.
Um pouco mais de sentido? Nada.
Ainda prefiro estar só. Sem mágoas. Olhando pra dentro.
Com mais sono do que menos.
Meus medos estão evidentes. São parte de mim.
Um barulho forte. O chão agora treme, meu coração pressente rápido.
Este é outro medo que vem de fora aqui pra dentro.
Por pouco me distrai. Por muito me distraio.
Volto a dar atenção pra mim.
Agora com medos a mais - e quase nunca a menos.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Respeitosa obrigação


As pessoas parecem confusas. Todas sim.
Andam revisando se falta alguma falta a mais que contabilizar.
Não entendo o que entendem. Não me entendo lá bem.
Sim, me deixo escutar essa gente que não fala nada pouco. Eu digo também.
Rotineiramente sei fazer o que não deixo claro. Claro.
São tantos ruídos nessa vida de zum zum zum.
Custa encontrar quem te deixa na doce paz do ruído nenhum.
É, por vezes replico por respeitosa obrigação.
Como queria ser só, se fosse essa a solução. É não.
Bem que todo mundo poderia assumir um pouquinho de si.
Aquele pouco que deixa confuso.
E respeitar a vez do quase silêncio que te dá a próxima pista que descobrir.
Não falta obrigação, não falta solução.
Poderíamos viver sem essa de “não sei por que”?
Se não vou sempre viver no sonho de poder contar o que ainda não sei.
E ouvir o silêncio das pausas de cada palavra que esconde o vazio do ser.